segunda-feira, 6 de julho de 2015

O amor (?)

Nem sei se é amor. Talvez uma carência prolongada, ou simplesmente a necessidade de ter. Seja o que for, sentir sensações que há muito desconhecia tem sido massante. Começou com alguns dias de ansiedade, que tornaram-se rapidamente semanas de inquietação e já são meses de um sofrimento que não devia permitir-me. Agora, neste momento, estou afundado num lamaçal como se tivesse pulado da árvore no auge de meu êxito após a colheita certo de que havia um chão de terra batida e firme para seguir caminho.
Nem sequer sei o que fazer. É dolorida a oscilação causada por tantas coisas jogadas ao vento, sem explicação alguma, sem denominação, sem pretensão. Não consigo reagir de forma que siga naturalmente o que estava determinado a mim. Sinto que corro risco de retroceder anos de luta até o momento em que encontrei o equilíbrio que capacitou minha evolução física, psíquica e profissional.
Procurei o amor, encontrei um vão com um perfume tão atraente que me fez esquecer os malefícios de uma alma ferida...

domingo, 28 de dezembro de 2014

Foi um ano novo, de vida nova!

Li de algum blogueiro há algum tempo atrás, que também relatava suas "fúrias secretas", que quando não postava, era porque estava muito bem e, portanto, não se fazia necessário o desabafo.
Pois bem, cá estou 13 meses depois, não para soltar meus leões, mas com a sensação de que hoje posso escrever sobre coisas boas e dividir energias positivas com os fantasmas que aqui habitam.
É impressionante como a vida nos permite segundas, terceiras, quartas, infinitas chances. Justamente por crer e viver essas situações, tornei-me um ser incapaz de compreender discussões, intolerância, infelicidade. Não se trata de hipocrisia, ora essa. Óbvio que discuto, que me repreendo por intolerâncias absurdas e até me julgo um deprimido infeliz certos momentos, mas não por isso aceito. Enquanto tenho lapsos de ingratidão com a vida, instantaneamente procuro escudos para combater. Com esses escudos, descobri capítulos magníficos neste ano, coisa inimaginável para quem apenas queria um lugar confortável para padecer. Tenho fome de vida, tenho planos, tenho uma ousadia que transcende a ciência e desafia O fato.

"Os meus sonhos são maiores do que 600mg de realidade."

Que venha 2015, que passe devagar, agora, tenho um mundo inteiro para brindar!

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Pequeno abismo entre vidas

Após pouco mais de dois meses, volto aqui com alguns sentimentos renovados e outros...

Como tem se repetido sucessivamente, uma série de fatores mudam e alternam dia-a-dia. Tive de encarar uma dolorosa separação, que também poderia ser descrita como cruel pela forma e os motivos que levaram a esta situação. Superação talvez não seja suficiente, mas aprender a lidar com a ausência e as tristezas corriqueiras será essencial. Em contrapartida, algumas notícias animadoras em relação ao meu tratamento; vou bem, ao contrário do que pensava. Correspondo satisfatoriamente e é uma questão de rotina controlar o que acontecerá daqui para frente. Claro que isto não é confortável, como para ninguém que vivencia os meus males, mas já afasta a curto prazo as ideias pessimistas que inevitavelmente fazem parte de mim e de todos.

Um pequeno drama familiar instalou-se devido algumas situações que fugiram de meu controle. Medos, informações desencontradas e um pouco de azar estão contribuindo para que tudo seja um pouco mais difícil, ainda que o tempo se encarregue de consertar. O fato de ter de interagir sobre isso (meus males) com pessoas tão fundamentais e importantes é o que realmente torna tudo tão impossível. Essa situação familiar, aliás, tem tornado meus dias peculiares, pois me sinto como um adolescente conquistando novamente seu espaço, seus diretos e suas liberdades...

Liberdade, essa, aliás, é o grande tom do mês de novembro. Daqui exatos oito dias estarei embarcando para Florianópolis, minha primeira viagem após o terremoto que sacudiu a minha vida. Tenho um medo quase assustador das noites fora de casa, do que posso transparecer nelas e da "solidão" responsável. Mas também quero muito voltar a ser feliz e fazer o que mais gosto... sendo assim: não vejo a hora!

Mudando de alhos para bugalhos, o que realmente me trouxe aqui hoje foi uma necessidade sem igual de colocar para fora um sentimento de tristeza que me consome desde esta manhã. Uma conhecida, que pouco convivi há uns 6 anos atrás, época em que frequentei um projeto de canto coral e violão, veio a falecer na noite passada, decorrente de um linfoma raro. Já seria muito triste, além de tudo por ser uma menina tão jovem e cheia de perspectivas, mas as circunstâncias e o nível emocional que me encontrou fizeram com que essa notícia caísse como uma bomba. Passei o dia vendo fotos e palavras dessa menina durante toda sua luta e as lágrimas passaram a cair com maior intensidade. Quem vive essa realidade de sentir a morte próxima, ainda que física e/ou aparentemente você esteja bem (para terceiros, porque até que se consiga aceitar e conviver pacificamente com a enfermidade, me parece impossível para si mesmo), sabe como é doloroso e como mexe histórias como esta. Li o sofrimento de seus amigos e mãe, pensei em como seria se fosse minha vez. Senti a dor de todos que ali estavam sensibilizados. Provavelmente não me conformarei com seu destino e não arrancarei de meus pensamentos àquelas palavras e imagens, mas enquanto esse sentimento perdurar em mim, vou rezar e pedir para que sua alma esteja protegida e olhando por aqueles que precisam dela.

A vida é curta... é tão curta que quando percebemos, ela já está longa demais para nós e já é hora de cumprir uma nova missão!

Que o amor, a paz, a saúde, a luz e a vida nos acompanhem em todos os planos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

My own

Parece interminável minha busca por sentidos. Alguns estudiosos gostam de compartilhar a ideia de que o ser humano vive numa eterna busca, é inacabado; eu refuto. Acho absolutamente insuportável esse estilo social cotidiano. Não que seja minha única justificativa para contrariar essas ideias, mas parte desse simples pressuposto de tédio.

Entre minhas novas indagações e indignações, a liberdade é o foco. Cada palavra, principalmente as bem ditas, tornam-se alvo de espanto e passam a respaldar uma teoria da conspiração insana sobre o porquê disso ou daquilo. Eu falo sobre escolhas, ou sobre como perdemos a capacidade, dia-a-dia, de fazê-las por conta própria.

Desisti de qualquer assistência, de qualquer entendimento; dispenso opiniões e, desesperadamente, questionamentos. Não posso mudar o mundo das pessoas, mas hei de tornar o meu mais brando à essas inquietações que me assolam. Talvez não seja sentido o foco de minha busca. Talvez seja apenas serenidade.

sábado, 27 de julho de 2013

E o vento... levou?

O primeiro mês ficou para trás
Nada lá fora mudou
Aqui dentro, os equivalentes estão irreconhecíveis
Dúvidas exclamativas
Interrogam minhas alegrias
E agora
Quem ficará para trás?

sábado, 25 de maio de 2013

Noites

As noites são impiedosas. Revelam, dia após dia, minhas fraquezas e tristezas.
A noite, tão bela, torna-me feliz, leva-me aos deliciosos pecados quais nunca arrependi.
A noite, tão sincera, não esconde minha cara, abaixa a grotesca máscara da megalomania vespertina.
A noite, tão esperta, traz-me pensamentos intensos, reproduz desejos imaginários e me rouba o mundo.
A noite, tão mágica, afasta os medos, cria o incomum e só faz sonhar os lindos campos belos que já vi.
A noite, tão má, usurpa meu corpo, jaz a vida e infinita minhas reticências...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A dor da palavra (+)

Escrever é um ato de suicídio. Faz repensar o passado, analisar o presente e temer pelo futuro. Não queria ter memórias, não queria ter a necessidade de expressar assim o que sinto, até porque não é plenamente possível. Os detalhes cruéis da minha procura por equilíbrio são as inefáveis respostas que encontro em cada tentativa. Tentativas em vão.
Não gosto de me sentir vitimizado, ainda que entenda que o faça, mas ora, pelos Céus, como hei de resgatar-me dessa posição que estou fadado?! É absurda essa sensação de dormir sem saber como você vai acordar, ou simplesmente se você acordará são suficiente para viver. É espantoso pensar em morte como se fosse a próxima esquina. Ainda além, e como sentir-se meramente capaz de suprir as dores e aspirar novas perspectivas se a culpa por outra vida também está em mente? Por outras vidas...
Lidar com os meus fantasmas é como perfurar brutalmente a pele seca, diariamente, em busca de um perdão que não se tem - o próprio -, em busca de paz que não se tem - não é minha.
Desejei perecer, mas sei que não seria menos doloroso, e a culpa por estas outras vidas que fazem dependência de mim não permitiu que este ensejo passageiro fosse atendido. Agora há uma responsabilidade maior. Sucumbir, agora, seria além de suicídio, homicídio.
A vida que parece tão forte e sensata enquanto a vivemos, torna-se frágil quando há luta e desespero. Queria luz, ou entendimento, ou sabedoria... ou os três. Queria compreender minha situação, minha vida, entender os erros, aproveitá-los, queria saber viver, não queria apenas ver passar os dias, queria multiplicá-los. Queria que aquele dia, o vigésimo oitavo do mês de março deste ano, não começasse. Queria que eu não tivesse chegado em casa aquele dia. Queria não ter curiosidade. Queria não poder ler. Queria não entender... Queria não ter telefone. Queria não falar... Queria não chorar...
Não há terapia que apague tanta dor, não há assistência que suporte e repare meus cacos e ainda menos há palavras que descrevam dezessete dias agonizantes de interrogações que sucederam o vigésimo oitavo na subsequência. Só eu posso entender o que tenho vivido, só eu, infelizmente eu, posso sentir o que tenho sentido. Agora, que faço eu da vida sem vida?
Óh, meus dedos-olhos, desvendem com pressa, todos os amargos que rondam meus pecados...